sábado, 15 de novembro de 2014

Sobre liberdade e igualdade (e a 'res publica')

"125 anos da Proclamação da República no Brasil"

(Reprodução de parte da notícia do site "Jornal Cidade")

"14 nov, 2014 06:00
Redação JC
Wagner Gonçalves

Em 15 de novembro é comemorado o Dia da Proclamação da República no Brasil, significativa mudança no sistema político nacional. Após o grito da independência, em 1822, o país passou a ter regime monárquico com os imperadores Dom Pedro I e II. No entanto em menos 70 anos, houve desgaste no sistema, por este não corresponder mais aos interesses e necessidades sociais.

A liberdade econômica e democracia foram alguns dos fatores que fundamentaram as primeiras iniciativas rumo à mudança. Além disso, a liberdade política motivou as classes médias e profissionais liberais a aderirem ao conceito de instalação de república."

(Notícia na íntegra:
http://www.jornalcidade.net/rio-claro/noticia/125-anos-da-proclamacao-da-republica-brasil/ )

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*Roda de Notapé 1:
O termo "república" vem da expressão "res publica" (latim), que, por sua vez, quer dizer "coisa pública", "coisa do povo", ou, ainda, "bem comum".
Este último significado é o meu preferido. Afinal, o "bem comum" anda esquecidinho pelo povo deste país (e deste mundo)!

*Roda de Notapé 2:
Um termo que combina com República, e que iria bem com uma reflexão sobre o "bem comum", é o conceito de "cidadania". Penso que se as pessoas desenvolvessem mais e melhor o seu senso de cidadania, ou seja, a noção de que todo cidadão tem *direitos e deveres*, e que deve *reconhecer* nos demais cidadãos *os mesmos* direitos e deveres, muita confusão poderia ser evitada!

*Roda de Notapé 3:
Saindo da "coisa pública" e indo pra "coisa bonita", compartilho uma decorrência interessante sobre esse episódio histórico:

O título do samba enredo "Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós", feito pela Escola Imperatriz Leopoldinense para o carnaval de 1989, assinado por Niltinho Tristeza, Vicentinho, Jurandir e Preto Jóia, e cantado por Dominguinhos do Estácio, é uma referência ao hino da Proclamação da República, que tem como refrão o seguinte trecho:

"Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!"

Aqui, pode-se encontrar a história do hino e sua letra na íntegra:

"Vem ver, vem reviver comigo amor
O centenário em poesia
Nesta pátria, mãe querida
O império decadente, muito rico, incoerente
Era fidalguia
Surgem os tamborins, vem emoção
A bateria vem no pique da canção
E a nobreza enfeita o luxo do salão
Vem viver o sonho que sonhei
Ao longe faz-se ouvir
Tem verde e branco por aí
Brilhando na Sapucaí

Da guerra nunca mais
Esqueceremos do patrono, o duque imortal
A imigração floriu de cultura o Brasil
A música encanta e o povo canta assim
Pra Isabel, a heroína
Que assinou a lei divina
Negro, dançou, comemorou o fim da sina
Na noite quinze reluzente
Com a bravura, finalmente
O marechal que proclamou
Foi presidente

Liberdade, liberdade!
Abra as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz"

(Note que o samba fala também sobre escravidão e menciona a Princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea em 1888, um ano antes da Proclamação da República.)

*Roda de Notapé 4:
Finalizo com uma frase de Rosa Luxemburgo:

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres."

Até a próxima!

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